Autoridades suspeitam de milícias no homicídio de vereadora no Rio de Janeiro
São Paulo, Brasil, 16 abr (Lusa) – O ministro da Segurança Pública do Brasil, Raul Jungmann, afirmou hoje que a ação das milícias é a principal hipótese investigada pela polícia para explicar a morte da vereadora Marielle Franco, assassinada há um mês no Rio de Janeiro.
“Eles [investigadores] partem de um grande conjunto de possibilidades e vão afunilando pouco a pouco. Estão, praticamente, com uma ou duas pistas fechadas. A “mais provável hipótese [para explicar o assassinato] remete este crime muito provavelmente a atuação das milícias no Rio e Janeiro”, disse Raul Jungmann numa entrevista à rádio CBN.
A hipótese sobre o envolvimento de milícias no assassinato de Marielle Franco tem sido referida por diversas vezes, mas o Governo brasileiro ainda não havia falado abertamente sobre esta possibilidade.
As milícias são organizações criminosas, compostas de ex-polícias ou agentes no ativo corruptos, que controlam diferentes áreas do Rio de Janeiro, disputando o controlo de territórios de favelas com traficantes, cuja presença aumentou na última década.
Marielle Franco foi morta numa ação com características de execução a 14 de março, após sair de um evento com mulheres negras.
Os assassinos e possíveis mandantes do crime ainda não foram identificados pelas autoridades brasileiras.
Na sua atuação política, a vereadora Marielle Franco costumava defender minorias e denunciar casos de violência contra moradores das favelas ‘cariocas’.
Estruturas internacionais como a Organização das Nações Unidas (ONU), a Human Rights Watch (HRW) e a Amnistia Internacional têm exigido publicamente que o Governo brasileiro desvende o crime e puna os culpados.
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