Covid-19: Marta Temido diz que é o momento de o SNS mostrar que mereceu o investimento
Porto, 14 out 2020 (Lusa) – A ministra da Saúde afirmou hoje ter lido com atenção a carta aberta dos bastonários dos médicos e concorda que este é o momento de o Serviço Nacional de Saúde (SNS) mostrar aos portugueses que “valeu a pena” investir nele.
“Li com atenção [a carta aberta] e, sim, estou de acordo que este é o momento de o SNS mostrar aos portugueses que valeu a pena terem investido as suas escolhas, os seus impostos e o seu afeto no serviço público financiado por impostos e prestado, maioritariamente, por prestadores públicos”, disse Marta Temido na conferência de imprensa de atualização de informação sobre a pandemia em Portugal.
Na missiva publicada na página oficial da Ordem dos Médicos, cinco ex-bastonários e o atual bastonário defendem que o reforço da resposta do SNS é urgente e que o SNS e os seus profissionais deram uma boa resposta aos doentes covid-19, mas que a tutela não parece ter aprendido a lição dos meses que passaram.
“É vital que haja uma mudança imediata de rumo na estratégia do SNS. O SNS está novamente exposto a uma disrupção grave no seu funcionamento, numa altura em que ainda nem sequer foi capaz de começar a recuperar o fortíssimo abalo sofrido ao longo dos últimos meses”, diz a carta aberta.
Para os médicos, não há tempo a perder, sendo este o momento de o SNS liderar uma resposta global, envolvendo, de acordo com as necessidades dos doentes, os setores privado e social, que permita aumentar o acesso a todos os cuidados de saúde com uma resposta inequívoca a todos os doentes e, através de programa excecional alargado, recuperar as listas de espera e os potenciais doentes “perdidos”.
É o momento de reforçar a capacidade de resposta da saúde pública, dos cuidados de saúde primários, da saúde ocupacional, da medicina hospitalar, e de reforçar o acesso à saúde nas zonas mais carenciadas, apontam os ex-bastonários e o atual bastonário da OM.
A pandemia de covid-19 já provocou mais de um milhão e oitenta e sete mil mortos e mais de 38,2 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
Em Portugal, morreram 2.117 pessoas dos 91.193 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.
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